Hercule Florance
Descoberta isolada da fotografia no Brasil
“Hercule
Florance – A Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil”. Trata-se de uma obra
que comprova os seus métodos de “impressão pela luz” de um inventor que utiliza
termos e técnicas de impressão alguns anos antes dos mesmos serem utilizados na
europa desenvolvida.
Hercules Florence nasceu em 1804 em França e foi de viagem
ao Brasil em 1820 num navio escola. A estadia vem a revelar-se definitiva nestas
terras selvagens, isoladas, inóspitas como Florence vem a verificar mais tarde.
Na actualidade, chamam-lhe “uma espécie de Da Vinci”1 pelas múltiplas
habilidades que possuía.
Como decide ficar a viver em Campinas, acaba por contrair
matrimónio e começa a desenvolver as suas invenções. A sua maior invenção foi a
“photographie” numa área geográfica onde não se verificava qualquer desenvolvimento
industrial como se vinha a anunciar na Europa. A convivência com intelectuais e
estrangeiros ilustres são grandes responsáveis pelo seu desenvolvimento inventivo.
O fascínio dos sons dos animais incentivam-no a escrever partituras
zoofónicas. Mas, na hora da impressão depara com uma dificuldade: a
inexistência de oficinas de reprodução. Essas existiam apenas na capital de S.
Paulo e Rio de Janeiro. Para evitar tais deslocações, começa o seu trabalho de
inventor de um mecanismo de impressão alternativo através da Poligraphia, um
método que permite impressão a várias cores.
O suposto “lugar pioneiro” na descoberta da fotografia
deve-se ao facto de que Hércules conseguir um método de gravação de imagens com
câmara escura e sais de prata pela acção da luz, já em 1832, tendo por base o
princípio de negativo/positivo que permitia a elaboração de chapas, um processo
que só se verificou em 1839 com o inglês William Talbot.
A técnica que ele desenvolveu consistia numa “placa de vidro
que era escurecida com fumo de lampião. Depois aplicava uma camada de cola
arábica que, depois de endurecia, era esgrafitada com linhas, letras ou
desenhos”2, com a ajuda de um objecto pontiagudo para, seguidamente, colocar a
matriz sobre um papel sensível com os coloretos de prata ou ouro que, prensados
à luz do sol, resultava uma imagem.
A técnica de fotografia de Hercules foi “uma descoberta
isolada” “por processos que se mantiveram no anonimato durante cerca de 140 anos”3.
Foi o estudo exaustivo dos seus manuscritos que levou Boris Kossoy a comprovar
o emprego pioneiro da palavra “photographie” 5 ou 6 anos antes de Daguerre os
apresentar na Europa desenvolvida.
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