domingo, 30 de junho de 2019

sábado, 29 de junho de 2019

Lamego, Feira Medieval, 2019

Feira Medieval em Lamego

Fotografia de Lurdes Pereira
2019




Atmosfera das lendárias cortes de Lamego

Parafraseando Fernando Marado, 
(…) 
“Ao som de harpas e liras, 
Lamego é um diamante 
entre esmeraldas e safiras.”

É unânime a forma como todos a apelidados, mas também temos consciência que para lá do poema que a encanta, Lamego é uma cidade que no tempo de D. Afonso Henriques enche punhados de história.

Texto e fotos de Lurdes Pereira
Já há alguns anos que por esta altura, o Bairro Histórico do Castelo de Lamego é, durante três dias, palco da recriação medieval em memória de D. Afonso Henriques e das lendas das cortes de Lamego.
A história alastrou para lá das muralhas do castelo. Adensaram-se os palcos pelas ruelas da Porta dos Figos dedicada à Nª Sª da Guia até às ruas que levam ao jardim da República, passando pela Praça do comércio. A cidade recebeu figuras nobres, mestres de ofício e servos da gleba, construíram-se tabernas de rua à moda medieval e, a somar a tantas actividades de sabor histórico, não faltaram arcos e flechas entre vários jogos de destreza e perícia que atraíram os mais novos.
Pelas ruas alguns artesãos trabalham o ferro, a marcenaria, que entre outros ofícios trouxeram para o presente memórias que vão ficando esquecidas pela diáspora das profissões. Artes esquecidas, anuladas ou substituídas por outras de carácter mais brilhante para mais apetecível ao gosto da sociedade, mas que os artesãos de hoje teimam em cuidar. Muito do artesanato comercializado em plena feira eram recriações de artefactos para criar a história e as lendárias cortes, o mercado medieval, torneios de armas, saltimbancos e bailias com arruadas musicais acompanhados pelos cortejos temáticos.
Há festa noite e dia, há feira e alegria, há teatros de rua e jogos que se perderam no tempo, há bruxas e leitura de sinas, há um clima de metamorfose que nos transporta na máquina do tempo. Para todos os que nela imprimiram o gosto da teatralidade, o certame teve a preocupação de se tornar didáctica numa linguagem descontraída. Os ritmos de outrora, tão diferentes da actualidade. Se o tempo de D. Afonso Henriques o modo de vida era bárbaro, aos olhos do evento a barbaridade transforma-se numa poesia em nome da história e da diversão.